domingo, 31 de outubro de 2010

metamorfose

finalmente sinto-me diferente, estou a crescer, estou em completa mudança.
os meus gostos mudam de dia para dia, o meu corpo esta a ganhar forma, os rapazes já não são o assunto geral, penso todos os dias no meu futuro e ate já gosto mais da minha mãe. É fantástico.
mas, nem tudo é bom. sinto me deprimida, frágil, há dias em que acho que bastava um toque um pouco mais forte para me desmembrar, para me quebrar, para me separar em pedaços espalhados pelo chão,
no entanto, tenho outros dias em que me sinto totalmente arrebatada, dias em que me apetece gritar, gritar ate rebentar as artérias, expulsar todo o sofrimento que acumulei e elimina-lo logo de seguida, há dias em que a alegria é interminável, contagiante.
e depois volto aos meus dias de amargura, dias em que so me apetece enfiar num sítio muito escuro e fechar os olhos, fecha-los com muita força para não sentir nem uma ponta de claridade a romper, e aí, chorar, somente chorar, desabafar comigo própria todos os meus medos e angústias.
dias depois, sinto-me tranquila, outra vez.  a felicidade invade-me novamente, a alegria regressa, e a vontade de sorrir resiste de novo. São nesses dias que faço castelos no ar, pinto um futuro prometedor, e os meus pés distanciam-se do chão sem eu mesma dar conta.
e é sempre assim, um ciclo vicioso, rir, chorar, chorar e rir, esta constante desconfortável, esta rotina frustrante, estou a sufocar em mim própria, é difícil suportar tantos sentimentos embaraçados, mas eu vou arriscar e vou encarar a besta de frente. afinal é o despontar da adolescência, uma etapa para ser percorrida e uma fase para superar.
e ainda assim posso assegurar que ser adolescente é magnífico. pois todos passamos por esta metamorfose, que apenas nos torna mais experientes, mais sábios e fortes, e bem mais maturos para encarar a vida, que por vezes é complicada. por vezes… quem estou eu a enganar? a vida é dura! sim, eu sei, estou a fazer da adolescência um bicho-de-sete-cabeças,  quando na verdade «são melhores anos da nossa vida».

Sem comentários:

Enviar um comentário